sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O QUE ESTÁ FALTANDO AQUI NESTE MÊS DE AGOSTO?

Poeta Mário Querino 18/08/2017


Hoje estive me indagando:
O que está faltando aqui
Neste mês de agosto?
Eu mesmo me respondi:


O tão grande movimento
Que havia neste sertão,
Quando este bom povo
Se unia na bata de feijão.


Era muita gente lidando,
Colhendo feijão na roça,
Comendo milho assado
E dialogando o que gosta.


A partir das treze horas,
Homens, mulheres e crianças,
Ficavam ao lado do terreiro
Com fé e boa esperança


De baterem o bom feijão.
Pediam vento a Deus
Para poderem peneirar
Os grãos de feijão seus.


Pediam ainda sol quente
Para as bajes se abrirem.
Ali era lugar de regozijo
Para então se divertirem.


Hoje em dia não se ver
Mais jegue com carga
De sacos de feijão.
É verdade, tudo se acaba!


Lembro que o caminhão
Do conterrâneo Solon,
Ia buscar sacos de feijão
Na roça, isso era bom,


Por que eu e os colegas
Pegávamos uma ponga.
Era tanto moleque,
Que sendo hoje, zombam.


Mas o Solon era paciente
E não nos dizia nada.
Sendo hoje, ele seria sim
Detido pelos guardas.


Era tanto moleque nu,
Descalço e sujo também...
Porém o Solon percebia
Que a ponga fazia bem


No seu bom caminhão.
Porque era o único carro
Que no Distrito tinha
Pra criança pobre, claro,


Pongar com satisfação.
Porque o conterrâneo
Solon, não tinha besteira
Neste cantinho baiano.


Ele só cobrava passagem
Nas viagens de feiras,
E quem não podia...
Viajava a vida inteira


E ele perdoava tudo sim.
Hoje, eu me perguntei:
O que está faltando aqui
Neste mês de agosto? Citei


Ainda: Falta o caminhão
Do conterrâneo Solon,
Mas esse não voltará mais,
Pois Solon após o seu dom


De caridade, foi para outra
Dimensão, levado por Deus.
Por isso nesta Terra,
Não terá mais nada seu.


O tempo de eu criança,
Era o tempo de escassez,
Mas vivíamos com júbilo
Na inocência que talvez,


Sendo hoje, somos caretas,
E todo mundo zombava.
Por isso os meninos de hoje,
Não fazem quase nada,


Não vão mais para a roça,
Pois a Lei lhes dá proteção.
Vivem sem uma atividade,
A Lei lhes mata com razão.


Daí a família perde o ente
Querido, o país o cidadão,
Por viver assim protegido
Da Lei, que tira a obrigação


De ajudar a família crescer
E pretende ver seu filho
Trabalhando com júbilo
E seguindo por bom trilho.


Mário Querino – Poeta de Deus 

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